Sempre em nossos textos e blogs, citamos nossos ídolos e fontes de inspiração como Beatles, Pink Floyd, Queen, e por aí vai… E por aqui???
Bom, a história começa lá em Caçapava, onde eu era um office boy de construtora metido a besta (e talvez ainda seja…hahahaha), quando essa coisa da música já estava impregnada no meu sangue, ouvindo uma balada no rádio chamada “Meu Mundo e Nada Mais”… Fiquei chapado!!! No meio de todo o meu amor e minha fidelidade pelo Deep Purple, Led e todos os outros monstrinhos do rock, quem era aquele maluco, com uma voz extremamente diferente, uma harmonia muito bem construída, etc???… Era tudo o que eu esperava se um dia eu gravasse com uma banda própria…
Fui pesquisar e cheguei naquele vinil espetacular… Era um desfile de bom gosto… “A Cidade e a Neblina”, “Cuide-se Bem”, “Nave Errante”, “Antes da Chuva Chegar”, entre outras… Cada faixa do disco me transformava, cada vez mais, em grande fã do Arantes… Foi um belo empurrão, paralelo aos grandes nomes do rock que eu ouvia na época. Sem falar nos outros clássicos que vieram, do primeiro vinil até o clássico e obrigatório “Coração Paulista”, sempre uma aula de harmonias estruturadas, letras, etc… (Experimente também ouvir coisas como a instrumental “Adagio”, por exemplo).
Bom, para encurtar a história toda, um belo dia eu acabei pilotando os monitores do Guilherme, coisa que nunca teria passado pela minha cabeça lá no escritório da construtora, aquela onde eu fui demitido por estar dublando o disco “Come Taste The Band” do Deep Purple em dia de concorrência na Prefeitura Municipal (essa história é famosa…rs).
O mais perto que eu tinha conseguido chegar do cara, foi assistir um show dele com o Vinicão mixando o PA (já no tempo do Vice-Versa) , que tinha Ivo Carvalho na guitarra, Luizão Guilherme na bateria, Pedro Ivo no baixo e o Guilherme com o clássico set Yamaha CP 80 & Mini Moog, ou seria já o seu Kaway??? Enfim… E como era bom mixar Guilherme Arantes!!!… Começando pelas bandas. Músicos sensacionais sempre fizeram parte desse stage. Marinho, Paulo Soveral, Lino Simão, Luis Carlini, Ronaldo Paschoa, Alaor Neves e caras desse calibre!!!… Não poderia ter sido melhor!!!
Em uma gig desse porte, o comprometimento em fazer a coisa tecnicamente perfeita era muito grande (sem contar a parceria com o melhor “chef de cozinha” do show bizz brasileiro, Jorginho Dias no PA, o que aumenta muito a responsabilidade do cara do monitor), principalmente porque estávamos muito longe dos in-ears e, da era digital, da grande disponibilidade e variedade de monitores, etc…
Me lembro muito bem do sistema JBL do Guilherme para os seus teclados… Com certeza absoluta, a única vez na qual eu utilizei quatro das clássicas 2 x 15 da Gabisom pra fazer uma via de monitor!!! Hehehehehe… Era um timbre sensacional de stage, numa união de repertório e performance espetaculares… Festa garantida, que tirava fumaça das velhas e impagáveis analógicas Yamahas, Soundcrafts & Ramsas, muito bem resistrada no álbum ao vivo “Meu Mundo e Tudo Mais” gravado no Palace, em Sampa.
Bom, falar mais o que do cara que tem obras de arte do tipo “Raça de Heróis”, ou a melhor balada da música pop/Brasil “Baile de Máscaras” no set list???… Como eu sempre digo sobre os também mestres Sá & Guarabyra, “azar de quem não ouve Guilherme Arantes”!!!
Até o próximo!!!