Bom, lá vamos nós mais uma vez falar de in-ears, de um modo bem básico, a pedidos, pois não são só experts no assunto que navegam por aqui (já tomei umas broncas por isso, como se eu fosse dono da verdade…rssssss). Esqueçam isso, por favor, pois eu continuo sendo um office boy de construtora metido a besta… Hahahahaha.
Eu ainda afirmo, sem nenhum receio, que não existe quem não goste de in-ears, mas sim quem usou errado!!!… A tecnologia de ponta, não só dos phones, mas de todo o conjunto, consoles, pres, efeitos, etc, nos proporcionam um mundo infinito de mixes jamais imaginado em um stage… Fato!!!
Para começar nosso papo, compre um belo carro e tire dois pneus, voe em um Learjet 45 com uma turbina só, ou assista a um jogo da NBA com um time só na quadra… É mais ou menos isso o que o cérebro processa com um phone só na orelha!!! Se eles fossem configurados pra isso, não venderiam o equipamento com L e R, certo??? É o passo mais equivocado da história do monitor…
É simples… Coloque o ear no seu artista, com ele na mesa… Um “canta aí a cappella patrão” (depois do microfone escolhido a dedo), para que ele encontre uma zona natural e de conforto no botão de volume, é o primeiro grande passo. É assim que sempre faço… Um bom reverb e um delay discreto, programados com muito carinho não falham nessa hora… Depois é só correr para o abraço levantando a banda, preferencialmente com a imagem stereo exatamente igual ao posicionamento da galera no stage (não existe mais constrangedor do que o seu artista olhar pra direita no meio do show e o guitarrista da esquerda é que está solando…rs)!!!.
O gosto pessoal de cada um apenas entra nessa história com o básico e o correto bem feitos… Depois, abuse (com extremo discernimento) de reverbs, compressões paralelas, eq multi-banda, microfones de público, etc, e acima de tudo, “toque” seus faders junto com a banda… Ah, mais uma coisa… Eu recomendo sempre moldes fechados, pois todas as vezes que utilizei esse equipamento com dutos abertos, por menores que fossem, ou acabei fechando com tape ou aguentei sempre os caras no palco querendo graves falsos na orelha!!!
E não se esqueça do conjunto… Um acidente aéreo nunca acontece por um só motivo, mas sim por uma série de erros. Com os ears é a mesma coisa… Um desastre auditivo acontece com uma concepção errada, a falta de uma avaliação audiológica completa especializada para profissionais da música bem feita (procedimento importantíssimo & obrigatório), o modelo escolhido errado, e o principal, uma transmissão e recepção horrorosa… Existem poucos, mas ótimos profissionais focados no mercado do show bizz, verdadeiros magos da audiometria, portanto esse na verdade é o primeiro passo!!!
Eu sempre recomendo, na hora da escolha do seu ear, ouvir seus discos prediletos com calma e tempo. Pode não parecer, mas uma mínima diferença em uma sala fechada fará um enorme estrago no stage… Um phone com muita definição de graves, talvez não seja o ideal pra quem fica sempre atrás dos subs do PA nos belos palcos que encaramos por aí… Lembre-se que nem sempre você estará no Royal Albert Hall ou similares quando as luzes se apagarem…
Bom, o Paraíso existe e mora nessa tecnologia… Um phone de R$ 5.000,00 (já existem ótimos modelos um pouco abaixo desse valor no mercado) e um equipamento de transmissão e recepção completo a partir de R$ 10.000,00 são muito caros??? Ok… Nada contra monitores, muito pelo contrário… Conheço muitas locadoras que possuem D&B, Meyer, Nexo, Turbosound, entre outros monitores espetaculares e apaixonantes que, com certeza, não irão decepcionar no stage (mas talvez no cheque)!!!
Faça sua escolha também pela sua realidade!!!… Hehehehehe.
Abraços e até o próximo!!!