Ritchie & “Voo de Coração” Tour… O começo de tudo!!!

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No início dos anos 80 eu ainda não havia sentido o gostinho da estrada, pois concentrava todo o meu trabalho no estúdio (Vice-Versa). Éramos em três técnicos para dar conta dos dois estúdios e de todas as produções do “Vice” : eu, o Hamilton “Mica” Griecco e o Vitor Corrêa. O máximo contato que tinha com o operacional do show business era “grudar” no Vitor quando rolavam eventos em São Paulo.

Naquele ano o Milton sairia na sua primeira grande tour mundial, com o Ivo Barreto e o Vitor na equipe; pronto… estava feita a festa! O Vitor me jogou na roubada de substitui-lo na banda do Ritchie, no meio daquela confusão (no bom sentido) toda que era o estouro da tour e do disco “Voo de Coração”!!! Depois do primeiro final de semana com a banda na estrada nunca mais consegui me afastar do stage! A banda era formada pelo Nico Rezende (teclados), Fred Maciel (bateria), Chico Sá (sax), Nilo Romero (baixo), Torcuato Mariano (guitarra) e pelas vocalistas Soninha Bonfá e Marisa Fossa. Nunca fiz tanto show na minha vida! A loucura que era o público do Richie naquela tour só foi igualada na “Revoluções” do RPM.

O operacional do monitor era algo: uma mix pro Richie, uma para a bateria, outra para o resto da banda e um side mono…rs!!! Lembro-me com todas as cores daquele final de semana em Minas como sendo o início de toda a loucura “on stage” pra mim. Até hoje considero (e vou considerar por muito tempo) o Richie um dos caras mais profissionais com quem trabalhei na estrada. Super músico, canta muito, procurava levar sempre o show com abanda pra estrada (nunca entrou na onda de fazer playback), e coisas do gênero.

Espero sempre ter honrado tua confiança lá no começo Sir Richard Court!!!.. Thanks a lot!!!

Aliás, bons tempos de uma época abençoada de bandas e casa incríveis… Tava todo mundo junto na estrada: Lulu, Barão, Metrô, Lobão e os Ronaldos, Brilho da Cidade e muitos outros, pra tocar em casas como Radar Tantã, Raio Laser, etc… Saudades Master!!!…

Até o próximo!!!

Gilberto Gil “Unplugged”…

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Não daria pra passar batido nesse blog sem falar do extremo prazer em fazer parte da gravação de um dos grandes momentos do projeto “Unplugged” da MTV no Brasil; o do mestre Gilberto Gil.

Montamos um time bem amarrado pra este trabalho; Eu e o Rogerinho Gazzaneo no monitor, o Ricardo “Franja” e o Carlinhos Freitas cuidando da mix do PA e o Vitor Farias na gravação, capitaneada pelo Roberto Marques e a unidade móvel da ARP. O disco foi gravado em São Paulo no Estúdio Frame, com apenas um dia de ensaios e passagem de som, e outro para a gravação.

A banda era formada por Gil (voz e violão), Arthur Maia (baixo), Jorginho Gomes (bateria e bandolim), Celso Fonseca (violões), Marcos Suzano (percussão) e Lucas Santana (flauta). Os arranjos e a banda afiadíssima, aliada ao repertório impecável de Gil tornaram este projeto extremamente especial e um dos meus prediletos na MPB.

Operamos com monitores Meyer Sound embutidos no cenário para toda a banda (na época os in-ears não eram lei…rs), tomando um cuidado especial com os níveis para que em nenhum momento a gravação fosse comprometida tecnicamente. O mesmo cuidado foi tomado com a operação de PA pelo Carlinhos.

A dedicação do Gil aos detalhes no dia anterior levou o ensaio até altas horas da madrugada, a ponto de perguntarmos se ele tinha noção do tempo que passou sentado naquele banquinho tocando violão…(posso garantir, mais de 11 horas!). No dia seguinte apenas detalhes técnicos e uma passagem de som rápida, para que o resultado do CD fosse muito gratificante.

Mais um detalhe sobre o Gil: após uma exaustiva jornada, ele entrou na unidade da ARP e simplesmente ouviu toda a gravação do show, um carinho e dedicação que só comparo ao Roberto de Carvalho na gravação da “Zorra” da Rita Lee. Quanto a cena surreal de encontrá-lo lá pelas quatro da manhã no corredor do estúdio e ouvir a pergunta: “vocês da técnica gostaram do show?”, deixa pra lá…

Comprometimento pouco é bobagem!!! Hehehehe…

Até!!!

Planeje seu voo e voe seu plano!!!

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São muitas as palavras que definem o sucesso no mundo do áudio profissional; comprometimento, dedicação, disciplina, etc… Particularmente, a minha predileta entre elas é “procedimento”!!!

A semelhança com a minha segunda paixão, a aviação, é explícita… Uma série de procedimentos respeitados pode nos levar aos céus ou provocar um desastre sonoro absoluto caso não sejam seguidos em todos os seus detalhes.

As nossas “aeronaves” são extremamente variadas, nos tamanhos, marcas, modelos, alcance, etc, mas os procedimentos de voo são os mesmos em sua essência. Sou um cara completamente paranoico com esse assunto!!!

A vida no stage do RPM continua a mesma e divertida de sempre, com sua monitoração híbrida e bem resolvida (assunto já abordado em posts anteriores), e absolutamente conduzida por procedimentos diários!!!

Assim que chego ao stage, dou um load nas minhas cenas, e levando-se em conta que eu viajo com minha mesa, não tenho muita preocupação com esse estágio. Já me disseram que é muita neura da minha parte os equipamentos saírem da gaveta do rack na ordem inversa que foram guardados, mas vamos pular essa parte… Hahahahaha. Mesmo assim, gostaria de ressaltar que a durabilidade e conservação dos nossos bravos equipamentos de stage estão diretamente ligadas ao cuidado e maneira que são guardados depois do show, ou seja, demoro mesmo pra fechar o rack!!!…

Com todos os ears montados e abastecidos com suas baterias, a ordem é checar toda a transmissão e recepção dos nossos valentes bodypacks, para ter a absoluta certeza que nenhum acidente, umidade ou coisas do gênero não tiraram do ar algum phone no concerto anterior.

Feito isso eu apenas dou uma revisada nos masters das minhas mixes, pois a essência da mix de monitores de chão é a mesma… Um bom ajuste na EQ e nos volumes, de acordo com o ambiente, resolve muito bem a parada!!! Tudo o que for planejado exaustivamente vai funcionar… As surpresas do stage não atingem a “concepção”. Monitor que nasce torto, vai torto até o final da tour!!!

Nunca foi tão fácil voar como nos dias de hoje. Os nossos painéis de controle são um sonho absoluto, se levarmos em conta que há muito pouco tempo atrás fazíamos nosso recall em xerox dos módulos das mesas.

De resto, dependemos de outras palavras mágicas do áudio bem sucedido; fonte, comprometimento do artista com sua obra e boas pistas para pousos e decolagens (tb já abordado no post “O efeito Rock in Rio”, nesse blog).

Sobre o combustível do stage, é a sua paixão que manda… A minha é extrema e não permite “pane seca”.

Ah… Mixe música, toque junto com a banda, pois a única coisa que difere o áudio da aviação é o piloto automático!!!

Até o próximo!!!

http://www.backstage.com.br/paulofarat/?p=294 (O “efeito Rock In Rio”)

http://www.backstage.com.br/paulofarat/?p=56 (Os monitores da Elektra Tour)

 

A bateria é tão redonda quanto a roda!!!

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Um bom começo de conversa sobre o som dos nossos bravos e valentes sets de bateria é descrever os melhores plug-ins que existem no mercado… São eles: “um ótimo técnico do instrumento” e o “drummer replace” !!!… Sempre lembrando também que o microfone é o primeiro que ouve e se esparadrapo ou colantes para tratamentos musculares fossem concebidos para uso em peles de bateria um Jeff Porcaro, um Cozzy Powell, um Robertinho Silva, um Dudu Portes, um Alaor Neves, entre tantos outros grandes mestres (Duda Neves, Carlos Bala, Luizão Rabello, Paulinho Braga… É longa essa lista e seria impraticável citar todos eles), seriam patrocinados por grandes empresas de adesivos…

Desde o início, aprendi com grandes bateras a ouvir o instrumento “live” com muito critério dentro do estúdio antes de configurar os microfones e a forma da tomada, diretamente ligado ao estilo do que está sendo gravado… Confesso que minha concepção favorita é abrir um bom par (“par”, “dois”… rsrsrs) de condensadores de cápsula larga nos overs, na configuração X/Y, processados com muito discernimento em um pré valvulado, enquanto o músico passa sua parte, e só depois disso começar a pensar nos “close mics”… Os overs tem que soar exatamente como o instrumento soa na sala, portanto não se canse de trocar o par de mics, posições ou pre amps a exaustão, até o resultado beirar a excelência!!! Sempre funcionou…

Mas isso é muito pessoal, tanto da parte do instrumentista quanto da engenharia… Se em um caso desse tipo os pratos, por exemplo, estão soando desequilibrados, ou os mics estão na posição errada, a escolha do set de pratos pode estar completamente equivocada ou, finalmente, o cara está torturando os pratos com um par de palmitos no lugar das baquetas.

Mas é no stage que o universo da bateria tem suas histórias mais diversificadas… Como eu disse lá no início, o microfone é o primeiro que ouve e um roadie (que eu prefiro chamar de técnico) antenado, tanto na concepção, como no gosto pessoal do músico, nos modelos de mics disponíveis no mercado e ainda uma interação absoluta com os engenheiros de PA e Monitor da gig, são regras e passos obrigatórios a serem seguidos.

Em minha opinião como Engenheiro de Monitor, depois de alguns anos de sistemas de transmissão e recepção aperfeiçoados, fones cada vez mais confortáveis e grandes mesas digitais, o “mundo mágico dos in-ears” aproximou muito o stage do estúdio, e consequentemente os resultados finais se tornaram surpreendentes, junto ao comprometimento em fazer bem feito!!! Uma boa mix de bateria nos ears é tão prazerosa quanto uma bela sessão de estúdio… Se você mixar a bateria exatamente como o drummer está posicionado no instrumento, suas chances de ter a cadeira garantida por muitos anos são imensas, valendo para toda a imagem do palco também… Por favor, não faça o batera olhar e sorrir para o guitarrista da direita, se é o da esquerda que está solando naquele momento!!!

Seria um texto gigante relembrar histórias de antes dos in-ears, onde qualquer curso de áudio seria considerado desqualificado se apenas descrevesse a seguinte situação:

O som dos pratos (e de todo o set, de forma geral) no stage de um trio no qual os músicos tocavam muito próximos um do outro (no extinto Free Jazz Festival), ficou com um timbre maravilhoso vazando no piano acústico com a tampa completamente aberta e no microfone do baixo acústico (apenas nesse caso, com um leve toque nas altas frequências…) pois o baixista só queria um RE20 no seu instrumento, aberto com muito discernimento em um belo side Meyer Sound, compensando um pequeno desconforto entre o monitor e a volta do PA, só pra citar um exemplo… Sim, eu sou normaaaaaaaalll!!!… Hahahaha.

Enfim… A bateria é tão redonda quanto a roda… A receita do básico bem feito ainda resulta no melhor “prato”!!!…

Abraços…

Paulo Farat

Acredite nas Lendas, pois nossos heróis se materializam!!!

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Não é segredo pra ninguém que “The Dark Side Of The Moon” & “A Night At The Opera” foram os álbuns que me mostraram o caminho (graças a Deus) sem volta do universo do áudio… Fato!!!

Deixando o histórico trabalho do Queen para outro post, seguindo o curso natural das gravações que inspiraram meu trabalho, o “The Alan Parsons Project” foi uma fonte inesgotável de músicas e sons, dos tempos do incrível “The Turn of a Friendly Card” (1980) até os dias de hoje.

E também, é claro, Tales of Mystery and Imagination, I Robot, Pyramid, Eve, Eye in the Sky, Ammonia Avenue, Vulture Culture, Stereotomy & Gaudi são mais algumas obras de arte da engenharia do absolutamente “mago” Alan Parsons!!! Sempre digo aos caras da nova geração que leiam (por mais antigo que seja) o “The Recording Studio Handbook” (John M Woram) e ouçam todas as gravações e mixes do Alan…

Quando subi as escadas do camarim do HSBC Brasil naquela night (e aproveito para agradecer ao meu brother Jabá por isso) e fui ao encontro do meu maior ídolo, para não dizer “herói”, materializado diretamente das capas de incríveis discos que se tornaram nossos “gibis”, foram os 30 ou 35 metros mais esperados dos últimos 30 ou 35 anos da minha estrada!!!

Um profissional e artista extremamente gentil e atencioso, digno de um absoluto respeito, que mais do que sempre tive será multiplicado e eternizado depois dessa!!! Sou do mundo do áudio por causa desse cara, seus sons & mixes!!!… No nosso rápido papo e contato, quase no showtime, com meu exemplar do “The Very Best Live” devidamente assinado, perguntei se ele poderia autografar mais um álbum, e ele disse “claro”… Foi aí que tirei da mochila o “The Dark Side Of The Moon” e foi absolutamente inacreditável ver o pai da criança personalizando minha cópia desse clássico!!!

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Foi incrível como anos e cenas passaram pela minha cabeça… Tape na máquina e os discos dele tocando no paralelo como referência, sem contar as festas embaladas pela obra clássica do Pink Floyd, sem contar seu trabalho com os Beatles!!!

Bom, virou quadro no dia seguinte e, depois das minhas orações diárias, vai ser a primeira coisa que vou olhar todos os dias na parede da “Galeria Portelinha” antes de colocar os pés na rua!!!

Enfim, fora o show que foi sensacional, tive meu dia de fã extremamente gratificante e, mais do que nunca, um brinde ao mundo do áudio que me reservou um momento mágico desse calibre…

Thanks “Sir” Alan Parsons, por sua música e seu talento como um dos maiores Engenheiros de Som do planeta!!!

Até o próximo galera…

(Prometo, de volta aos assuntos especificamente técnicos!!!)

Talentos & Ferramentas… Questão de reciprocidade!!!

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Nesse mundinho insano, gostoso e divertido do áudio, um assunto sempre aparece nas nossas conversas; a reciprocidade entre talentos e ferramentas. Em uma época de centenas de candidatos a “formadores de opinião” habitando nossas telas e posts, é preciso um extremo discernimento, online e “off” também…

Nosso cardápio de marcas e modelos, em todos os sentidos, consoles, in-ears, microfones e “periféricos” nunca foi tão variado e eficiente, mas existe um pequeno detalhe que vai fazer a diferença no resultado final: o velho e bom talento.
Assim como o talento precisa de boas (e disponíveis) ferramentas, elas seriam um amontoado de processadores e plugins sem o comprometimento de cada um em utiliza-las da melhor forma possível… É uma reciprocidade necessária!!!

Como é bom o livre arbítrio, a troca de informações, as diferenças, os papos na madrugada… Um brinde ao resultado final, cada um no seu caminho e com seus procedimentos adotados. O “Universo Meu Umbigo na República da Primeira Pessoa do Singular” não pode interferir no conjunto talento/ferramenta/comprometimento, jamais!!!

Escolha sua marca e seja feliz com o que ela te proporcionar, apaixone-se, seja arrojado, atreva-se!!!… Se precisar mude, faça outras escolhas, mas priorize a criatividade… A soma de uma ferramenta de ponta com a ato delicioso de criar é que vai gerar nossa “assinatura” no mercado…

Enfim, isso pode gerar horas de conversa, mas eu aqui continuo torcendo para que essa troca entre talento e ferramenta continue simples e honesta, sem que egos inflados e nocivos ditem as regras!!!

Até o próximo galera…

Abraços!!!

O “Mundo (Quase) Paralelo dos In-Ears”!!!

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Bom, lá vamos nós mais uma vez falar de in-ears, de um modo bem básico, a pedidos, pois não são só experts no assunto que navegam por aqui (já tomei umas broncas por isso, como se eu fosse dono da verdade…rssssss). Esqueçam isso, por favor, pois eu continuo sendo um office boy de construtora metido a besta… Hahahahaha.

Eu ainda afirmo, sem nenhum receio, que não existe quem não goste de in-ears, mas sim quem usou errado!!!… A tecnologia de ponta, não só dos phones, mas de todo o conjunto, consoles, pres, efeitos, etc, nos proporcionam um mundo infinito de mixes jamais imaginado em um stage… Fato!!!

Para começar nosso papo, compre um belo carro e tire dois pneus, voe em um Learjet 45 com uma turbina só, ou assista a um jogo da NBA com um time só na quadra… É mais ou menos isso o que o cérebro processa com um phone só na orelha!!! Se eles fossem configurados pra isso, não venderiam o equipamento com L e R, certo??? É o passo mais equivocado da história do monitor…

É simples… Coloque o ear no seu artista, com ele na mesa… Um “canta aí a cappella patrão” (depois do microfone escolhido a dedo), para que ele encontre uma zona natural e de conforto no botão de volume, é o primeiro grande passo. É assim que sempre faço… Um bom reverb e um delay discreto, programados com muito carinho não falham nessa hora… Depois é só correr para o abraço levantando a banda, preferencialmente com a imagem stereo exatamente igual ao posicionamento da galera no stage (não existe mais constrangedor do que o seu artista olhar pra direita no meio do show e o guitarrista da esquerda é que está solando…rs)!!!.

O gosto pessoal de cada um apenas entra nessa história com o básico e o correto bem feitos… Depois, abuse (com extremo discernimento) de reverbs, compressões paralelas, eq multi-banda, microfones de público, etc, e acima de tudo, “toque” seus faders junto com a banda… Ah, mais uma coisa… Eu recomendo sempre moldes fechados, pois todas as vezes que utilizei esse equipamento com dutos abertos, por menores que fossem, ou acabei fechando com tape ou aguentei sempre os caras no palco querendo graves falsos na orelha!!!

E não se esqueça do conjunto… Um acidente aéreo nunca acontece por um só motivo, mas sim por uma série de erros. Com os ears é a mesma coisa… Um desastre auditivo acontece com uma concepção errada, a falta de uma avaliação audiológica completa especializada para profissionais da música bem feita (procedimento importantíssimo & obrigatório), o modelo escolhido errado, e o principal, uma transmissão e recepção horrorosa… Existem poucos, mas ótimos profissionais focados no mercado do show bizz, verdadeiros magos da audiometria, portanto esse na verdade é o primeiro passo!!!

Eu sempre recomendo, na hora da escolha do seu ear, ouvir seus discos prediletos com calma e tempo. Pode não parecer, mas uma mínima diferença em uma sala fechada fará um enorme estrago no stage… Um phone com muita definição de graves, talvez não seja o ideal pra quem fica sempre atrás dos subs do PA nos belos palcos que encaramos por aí… Lembre-se que nem sempre você estará no Royal Albert Hall ou similares quando as luzes se apagarem…

Bom, o Paraíso existe e mora nessa tecnologia… Um phone de R$ 5.000,00 (já existem ótimos modelos um pouco abaixo desse valor no mercado) e um equipamento de transmissão e recepção completo a partir de R$ 10.000,00 são muito caros??? Ok… Nada contra monitores, muito pelo contrário… Conheço muitas locadoras que possuem D&B, Meyer, Nexo, Turbosound, entre outros monitores espetaculares e apaixonantes que, com certeza, não irão decepcionar no stage (mas talvez no cheque)!!!

Faça sua escolha também pela sua realidade!!!… Hehehehehe.

Abraços e até o próximo!!!

Charlie Brown Jr., saudades “Master”!!!

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Eu sempre disse que Charlie Brown Jr. não era uma banda com fãs, mas uma religião com fiéis, que anda fazendo muita falta nos stages do Rock Brasil!!!… Nunca presenciei uma histeria coletiva igual, quando se apagavam as luzes do ginásio e o Chorão dava seu grito de guerra!!!… Que saudade dessa loucura galera!!!… Era lindo ver o mar de gente e a integridade do local conservados após “Confisco” e “Não Deixe o Mar Te Engolir” no set list!!!

Uma mix básica e bem resolvida era lei com o Charlie Brown Jr. Pedi ao Chorão quando entrei na tour se poderia modificar algumas coisas que talvez melhorassem o resultado final e fui autorizado. Toda a tour naquele ano foi feita com a Gabisom, o que tornou o trabalho muito fácil e seguro, ainda mais com o Wilsão “Relax” Gonçaves no PA!!!

Na mix da voz utilizamos quatro monitores Clair em linha reta, um metro e meio atrás da linha do palco, para criar um espaço a pedido do Chorão. No baixo do Champ e nas guitarras (uma porrada na orelha com a dupla Marcão & Tiago) um par de monitores pra cada um, na bateria um par mais um sub, e dois monitores embaixo do praticável central, virados para o centro do palco, que trabalhavam somente com a voz principal e uma mix da bateria (muito úteis em ginásios e casas com acústica complicada).

Nenhum “edifício” no palco… O side era rigorosamente dimensionado para que cobrisse todo o espaço criado com o recuo dos monitores de frente, sem ultrapassar um limite seguro de SPL. Toda a mix de monitor era feita na velha e boa Ramsa 840, a mesa mais roqueira que eu conheci na vida!!!… A base do operacional era um som bem definido da voz principal, vocal do baixo, e uma pegada pesada da cozinha. As guitarras cruzadas nos sides e dosadas nos spots de chão individuais.

O segredo do som de bateria era a qualidade da bateria DW do Pelado e a “trigada” de todas as peças, mas sempre com o som acústico mandando na mix. O trabalho com os samplers de bateria era muito importante no timbre, pois a equalização era feita para que eles apenas acrescentassem pontas de altas e graves ao som original da DW (aquela pegada meio “Metallica”…rs), sem atrapalhar o PA, é claro…

Um trabalho simples e de bom resultado!!!… Adorei fazer parte da família CBJ!!!

Que o CARA lá de cima cuide bem desses “moleques”, porque aqui foi bem divertido estar com eles no stage!!!

Abraços!!!

Adeus tudo velho, feliz tudo novo!!!…

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Aeeeeeeee galera, bem-vindos ao primeiro (e resumido) post de 2014… É a hora exata de repensar o que não deu exatamente certo, em todas os campos do show bizz…

Essa mesa, aquela mesa, esse mic, aquele outro, qual locadora respeitou a evolução do áudio, qual ficou no pelo caminho… Mas isso não é tudo… O foco no “novo” e no “atrevido” sempre foi o que moveu as coisas, principalmente nos stages… Se a essência é evoluída, se a fonte é criativa, temos que correr atrás de transporta-la pelos caminhos da técnica, da melhor forma possível, sempre com uma boa dose de ousadia, não é???

Definitivamente, alguns fóruns nas redes sociais retrataram os polos desse papo no ano que passou… Aprendemos coisas extremamente interessantes, com pessoas comprometidas em trocar informações focadas e outras dignas de chorar de rir em 2013, poluindo a tela com o “mais do mesmo”, sempre presente…

O pavor que sempre tenho nessas viradas de ano, e não foram poucas, é que o novo fique escravizado pelo velho, e o medo do “atrevimento” (artístico e técnico) se transforme em uma barreira definitiva pra novos talentos, novos equipamentos, novas posturas, entre outras coisas!!!

O velho não é ruim, muito pelo contrário, se é velho é porque teve gabarito pra sobreviver a longos períodos, mas isso não impede a reciclagem!!! Enfim, não quero me alongar muito nesse papo, porque ainda é cedo para saber o que vai acontecer…

Desejo que esse ano de 2014 seja um ano bárbaro para nossas gigs, para as locadoras, para nossas bravas e vitoriosas equipes de estrada… Que ele venha recheado de caminhos infinitos e, principalmente,  posturas mais voltadas ao novo… Simples assim!!!

Portanto galera, Feliz Tudo Novo, e um brinde ao “atrevimento explícito”!!!

Abraços.

Aos amigos do áudio (só os verdadeiros!!!)…

Natal2013

Que nesse Natal e no 2014 que se aproxima;

O CARA lá de cima sonorize, ilumine e abençoe nossos caminhos…

A serenidade leve ao discernimento, o discernimento leve até a verdade, a verdade nos mostre os caminhos certos e que sejamos sempre serenos pra nunca viajarmos no equívoco…

Que as pessoas que culpam terceiros por suas derrotas e fracassos aprendam, com as lições amargas da vida, a terem um mínimo também de gratidão por suas (pouco prováveis) conquistas e vitórias…

Que esses caras de quatro patas, felizes, que são a medida do amor indescritível e que chamamos de cachorros, continuem extremamente sábios, tenham cada vez mais amigos fiéis, por abanarem o rabo ao invés da língua…

Que nosso destino esteja de acordo com os nossos méritos… E que o valor do homem seja determinado, em primeira linha, pelo grau e pelo sentido em que se libertou do seu ego…

Que a música continue sendo absolutamente obrigatória…

Que se fale muito menos na primeira pessoa do singular…

Que o show bizz seja muito mais comprometido do que foi até aqui…

Que sejamos homens de valor, em vez de homens de sucesso!!!…

Que venha também uma grande virada pra todo mundo, de ano, de página, de vida!!!

Um grande beijo a todos que fizeram parte da minha história em 2013…

Nos vemos por aí!!!

Grande beijo!!!

Farat