Deu a louca no mundo (do áudio)!!!

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Sentado aqui no sofá nesse day off e pensando em mais um post, ouvi em alto e bom som na tv a frase “esse medicamento é contraindicado em caso de dengue”, em uma velocidade tão insana que o locutor poderia ter dado uma receita de bolo de fubá que passaria pelo texto original!!!… Que loucura…

Loucura… É o que não falta no mundo do áudio… Quando recebo perguntas do tipo “quantos plug-ins essa mesa comporta”, sem que por um simples segundo o empolgado engenheiro (nascido e criado na “pendrive generation”) ao menos tomasse conhecimento da concepção do equipamento, ou mesmo “essa mesa não presta, porque não inserta equalizador gráfico no canal”, começo a querer abrir meu restaurante antes da hora galera!!!

É tanta asneira que se escuta por aí que fica difícil falar de todas elas… Tudo anda de cabeça pra baixo!!!… Por exemplo, o Fantasma do Alinhamento… Meu parceiro de muitas, o Wilsão “Kblo” Gonçalves que o diga… Em dezenas de situações o primeiro “alô” no microfone principal, provocou até o estouro da boiada atrás dos bretes, com o processador em +10 de HF, + 6 nos MIDS, + 8 no LO e + 12, sim “+ 12” nos SUBS…

Da energia então, só vou repetir em duas linhas a história do cara do gerador correndo atrás de mim com um caibro, quando falei que o meu era com abacaxi e pouco gelo, ou mesmo a roda gigante do parquinho piscando a cada “bumbada”!!!…

Depois que as mordomias do mundo digital permitiram que as produções, generosamente, roubassem o tempo que teríamos para lapidar nosso trabalho on stage e o transformassem numa logística absurda (chega as 18:00 pra tocas as 21:00 hs, quando não é pior esse tempo de montagem), parece que a coisa piorou…

Apresentador da cidade quer in-ear para falar “e agora com vcs ….”, inúmeros PAs “line errei” que falam mais para trás do que para o público (ok, economizam duas mixes de side, assim como as telas catastrofônicas tb nos brindam com esse pequeno detalhe…hahahahaha), todos os canais do evento ligados na sua cena pq só tem uma mesa (é digital mesmo, não é???), line check com o Psy e seu “Gangnam Style” bombando palco… Olha… Ta feia a coisa!!!

Ou o CARA lá de cima nos ajuda a retomar o controle da situação ou a “Trattoria do Farat” vai ser inaugurada muito antes do que eu imaginei!!!…

Um brinde aos que olham primeiro para o artístico antes de procurar saber qual a versão do Pro Tools disponível (é claro que eu não esqueceria os estúdios), aos que jamais vão perguntar que gênero musical o “fagote” canta numa eventual sessão de estúdio ou no live, e que um dia o plugin “Ear Replace” seja mais utilizado do que presets de fábrica para que jamais “a masterização arrume”…

Ok, eu prometo que em outro post falaremos sobre o plugin “Band Replace”, pois iriamos misturar as bolas aqui!!! …

Bom, “por hoje é só pessoal !!!…

Até o próximo!!!

Gratidão eterna aos meus padrinhos!!!

Padrinhos Page B&W

Peço licença aos leitores e seguidores desse blog para falar de algumas pessoas especiais, sem as quais eu não seria absolutamente nada no mundo do áudio, e estaria até hoje sentado na Praça da Bandeira em Caçapava ouvindo os passarinhos no meu horário de almoço na construtora na qual eu era boy!!!…

Já que eu escrevi “boy” no parágrafo acima, o primeiro deles é o Márcio Boy (em Caçapava), ou melhor, Márcio de Sousa, mano do Maurício. Depois que fui demitido da construtora ao tentar explicar para o patrão, um querido (um mix de Christopher Cross & Mike Tyson na “máquina da mosca”), quem era John Lord e o Deep Purple em dia de concorrência na Prefeitura, fui acolhido de maneira paternal pelo Márcio… Tocando bateria na sua banda eu tive o grande portão aberto por ele quando comecei a operar um mixer Quasar com um Revox A700, um Revox B77 e um Akay 4000 DS nos estúdios da Maurício de Sousa Produções, além de tocar em dezenas de trilhas e alguns discos da Turma da Mônica. O tal Paulo “Kibe” foi apelido carinhoso pelo qual Maurício se referia ao boy de construtora metido a besta que ensaiava seus passos no áudio dentro do seu estúdio!!!…

O próximo passo foi dado quando fui chamado para uma entrevista no Vice-Versa em 1979 com um cara chamado Luiz Botelho, depois que todos os grandes estúdios de gravação da época bateram as portas na minha cara… Eu nunca imaginaria que conseguiria contar tantas mentiras para um gênio do áudio na mesma tarde, e o que isso iria influenciar minha disposição em virar um profissional de áudio! Da noite pro dia eu sairia do “nada” e cairia naquele ambiente mágico do Vice, trabalhando como assistente de estúdio do Marcus Vinícius, Wilson Gonçalves, Renato Viola, do Ricardo “Franja” Carvalheira, Nelsinho Dantas (um dos grandes responsáveis pela minha carreira, e que Deus o tenha num lugar muito merecido!!!) e outros ícones do mesmo calibre… Caras como esses não existem em nenhum curso profissionalizante do planeta e, realmente faziam um quase “insignificante” principiante como eu pensar duas vezes antes de dizer que era um profissional de áudio!!! Fora tudo isso ainda vinha o lado artístico, por fui diretamente do convívio alegre com os passarinhos da Praça da Bandeira (aquela lá do início do texto, em Caçapava) para o dia a dia com Rogério Duprat, Sá & Guarabyra, Armando Ferrante, Cezinha das Mercês, Chiquinho de Moraes e muitos outros monstrinhos da criação musical…

Entre todos esses malucos ainda tinha o Fernando Ribeiro pilotando os contatos e produções… O Fernando é personagem muito especial na história do Vice… Um estressado extremamente iluminado e divertido, que eu tenho absoluta certeza que foi um dos caras que mais torceu por esse “officeboy de construtora metido a besta” aqui, e sei muito bem, torce até hoje, onde quer que ele esteja… Grande músico e compositor foi amigo, irmão, paizão e muito mais!!!

Queria falar mais de “Sir” Rogério Duprat… 26 de Outubro de 2006, foi o dia em que a música ficou extremamente mais pobre… Com a passagem do Rogério pra outra dimensão fica um buraco enorme na história da criatividade musical no planeta… Só quem conviveu com esse pequeno grande gênio sabe o que ele representa para todos nós envolvidos com a música e o show bizz… Extremamente importante e decisivo na minha carreira, o Rogério está para a música assim como o Vinicão está para o áudio na minha cabeça, e vou ter isso guardado no coração até o dia em que a gente se encontrar lá por cima… A minha primeira sessão de gravação oficial no Vice-Versa foi com o Rogério… Lá estava eu, um ex-boy de contrutora frente a frente com o gênio no estúdio!!! Lembro-me muito bem do frio na barriga quando chamei o Rogério pra ouvir a mix na técnica… A frase de foi essa: “Farat, nunca ouvi um som tão lindo desse estúdio B, só que eu não estou vendendo bateria, garoto… Esse jingle é para uma empresa de adubos, por favor, remixe isso com mais critério para o que a peça foi feita!!!!”… hahaha. Agradeço a Deus por ter um padrinho desse porte na minha vida profissional… A humildade do Rogério era extremamente proporcional a sua genialidade e nossas carreiras não seriam as mesmas sem os seus toques e conselhos… Queria apenas registrar isso aqui no blog… Quem sou eu pra falar da sua música e dos seus arranjos insanos e sensacionais… Eles têm vida própria e ficarão eternamente nos nossos ouvidos e na nossa história… Não importa em qual parte do céu você esteja brilhando meu ídolo, por aqui sempre será a nossa estrela… Fica na Paz do CARA aí de cima… Que ele te receba logo no portão e te coloque em um lugar mais do que merecido!!!…Nos vemos por aí algumdia!!!… Todo o amor do teu fã & amigo Farat!!!

E pra finalizar, tão importante quanto uma boa referência técnica lá no início da estrada, é uma boa companhia artística e criativa como base (falo muito sobre isso aos que começam a jornada nos dias de hoje, onde na maioria das vezes olha-se primeiro para as maravilhas do Pro Tools do que pra dentro do estúdio…). Lá no Vice-Versa tive a sorte de conviver e trabalhar com dois dos meus grandes ídolos na música: Sá & Guarabyra. O que eu vi (e ouvi) sair daqueles violõezinhos, pedaços de papel e fitinhas cassete foi uma verdadeira aula de criatividade e bom gosto!!! Junto com aquela paciência toda com a minha “ansiedade de principiante” sempre vinha um toque ou outro, que me abriram muito os olhos e ouvidos muito mais rápido sobre o que era aquele mundinho do áudio e o que era fazer parte dele. E as bandas então??? A Ponte Aérea (Nonato, Constant, Pedrão e Beto), Paulinho Calazans, Alaor Neves, Ruriá Duprat, Sérgio Kaffa, Pedrão (do Som Nosso), Rui Motta, entre outros… socorro!!! Era uma festa qualquer show dos caras, numa garantia absoluta que quase todos os engenheiros de som que não estivessem na estrada ou no estúdio circulariam pelo backstage. Da música de Sá & Guarabyra não preciso falar nada (cada um coloca o que desejar na sua Cdteca e azar de quem não ouve Sá & Guarabyra), mas eu gostaria de deixar explícito nessa matéria que são dois caras que eu aprendi a “amar de paixão” e vou levar isso pro resto da vida!!! Sabe aqueles amigos que quando você encontra e abraça passa um filminho muito bom das coisas???… Então… E olha que lá se vão mais de trinta anos…

Thanks maninhos, e muito obrigado por tudo até aqui!!!

Acho que é isso… Espero nunca ter decepcionado nenhum de vcs nessa longa estrada… E vou tentar continuar assim, ok???

Até o próximo galera!!!

O melhor e o pior do show bizz!!!

BeFunky_B&wblogbackEssa lista pintou numa mesa de boteco (no Bar Léo, para ser mais exato) durante um papo sobre o (nem sempre) “glamour” do show bizz… Aí vai o limite entre o Paraíso e o Show de Horror…

As 10 mais do show de horror:

01 – Empresas locadoras desorganizadas (nada melhor do que cabos limpos, microfones que funcionem, nossos mapas de palco nas mãos, contatos telefônicos, etc.);

02 – Técnicos das próprias destruídos (ninguém merece dormir nas tampas dos cases ou no caminhão… Vida longa aos nossos fiéis escudeiros);

03 – O Fantasma da energia elétrica insuficiente (já vi piscar a luz da roda gigante do parquinho quando se tocava o bumbo da bateria no palco), para que nunca mais eu tenha que viver o horror de ver o cara do gerador correndo atrás de mim pela arena com um caibro, porque eu pedi o meu caldo de cana com abacaxi e limão!!!;

04 – O aterramento do palco (interferência, choques nas estruturas, equipamento em risco nunca são bem vindos);

05 – Line check (ou melhor, a falta dele, pois é terrível parar a passagem de som no meio para correr atrás de canais trocados e vias que não funcionam…);

06 – House mix no lugar errado (nem o mais iluminado espírito consegue mixar com a house a uma distância de 75 m do palco);

07 – O PA montado errado (como diria Jorge Dias, passarinho não gosta de som alto, e se gostar provavelmente vai estar dormindo na hora do show, sem falar nas telas “catastrofônicas” na frente das caixas…);

08 – Rampa do palco (nada como uma carga que entra e sai do palco com facilidade, para que nossos bravos carregadores não precisem fazer milagres);

09 – Chuva (por mais abençoada que seja, o palco inundado, tudo molhado nos cases, técnicos cobertos com lona cor de laranja, caminhão atolado, etc, é um verdadeiro inferno);

10 – Luz de serviço (ou melhor, a falta dela é para fechar com chave de ouro… Experimente desmontar e guardar um rack de in-ears com a lanterna na boca e com todo mundo batendo cabeça no palco, pra não falar nas nossas canelas nas bordas dos cases)…

As 10 mais do Paraíso:

01 – Uma banda afiada e de bem com a vida;

02 – Uma produção competente;

03 – Um público fiel e insano;

04 – Tudo acontecendo no horário previsto;

05 – Ninguém da equipe com a cara feia no stage;

06 – Tudo soando exatamente como na passagem de som;

07 – Um camarim honesto, sem sanduba de metro, sem paredes e tetos vibrando com a falta de discernimento (e repertório) no botão de volume do DJ da festa;

08 – Todos no palco fazendo apenas o que tem que ser feito e nada além disso;

09 – Nossos bravos carregadores dispostos no final do show;

E e, finalmente 10 – um bom chuveiro pra pegar a estrada de novo, pois ninguém merece aquele chuveirinho conta-gotas depois de uma longa noite de rock’n’roll (assim que encontrarmos o motorista da van em alguma das 20 barracas de churros e espetinhos da feira)…rsssssssssssssss!!!

Um abraço!!!

(Photo by Sandra Carrillo)

Concepção de Monitor pode ser híbrida sim!!!

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E aí galera… Mais uma vez, e espero que seja a última, vou falar sobre monitoração híbrida no stage.

Em uma palestra/bate papo tempos atrás, me perguntaram sobre o “absurdo” de utilizar in-ear, monitores e side no mesmo stage e, educadamente, respondi com a pergunta: “Se o seu rack de in-ears parar no meio do show, vc tem outro emprego em vista, não é???”… Está aí a grande primeira função de monitores híbridos… Na atual Tour do RPM eu tenho dois níveis de masters de monitores e sides, exatamente para uma situação emergencial, ou seja, parou o rack, plano B com faders das vias no zero, pois o show tem que continuar.

Agora, sobre conceber stages híbridos, eu sou completamente a favor. Na minha opinião, stages com amps no palco podem ter monitores e sides sim, fora o fato de existir alguém na gig que não use in-ears, o que já justifica a mistureba (consciente e com muito discernimento).

Mais uma vez vou me basear no stage do RPM, onde por exemplo, o Luiz Schiavon utiliza só um lado do phone, mixa seus teclados com sua própria mesa no seu sistema, e ainda tenho uma via estrategicamente atrás do seu set, com grooves eletrônicos, samplers e outros elementos mais pesados, o que alivia muito a mix dos phones. Funciona, ponto, não se discute!!! Essa via ainda nos dá uma boa soma com os amps no stage.

Gosto muito dos sides utilizados como subs nos stages que só utilizam ears… Está mais do que provado que essa concepção funciona muito bem, já que há muito tempo os PAs line só falam pra frente… Hahahahahaha. Cada estilo de música pede uma concepção muito específica de “tamanho do stage”. Masters de via existem pra isso, ou seja, se vc misturar caixas com phones, seja muito crítico no volume das mesmas!!!

Não se esqueçam que, dentro de um parâmetro aceitável, o gosto pessoal dos nossos artistas tem que ser respeitado e devemos colocar o nosso conhecimento para que ninguém fique de cara feia no palco e as palavras de ordem sejam “conforto on stage”.

No meu tempo de Charlie Brown Jr era proibido falar em phones, no Capital Inicial apenas um monitor fazia um plus na via do Flávio, e por aí vai… Srs., façam sua escolha.
Pra encerrar esse post curto e direto, ninguém é dono da verdade… Contanto que se projete um monitor com extremo discernimento, misturar as ferramentas e tecnologias pode ser muito produtivo.

Como se diz na aviação, “planeje seu voo e voe seu plano”!!!…

Boas mixes pra todo mundo aí… Até o próximo!!!

(Photo by Sandra Carrillo)

Opinião x Imposição!!!…

Significado de Opinião/s.f.

Juízo ou sentimento, que se manifesta em assunto sujeito a deliberação
Parecer, voto.
Crença.
Fama: a opinião é-lhe desfavorável.
(Do Lat. opinio)

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Significado de Imposição/s.f.

Ação de impor.
Ação de determinar, estabelecer, obrigar a aceitar: imposição de condições, de um chefe etc.
Ordem, injunção: imposições paternas.
Tributo, imposto: imposições absurdas.
Coisa imposta: foi uma dura imposição.
Tipografia Ação de impor as páginas de composição tipográfica na forma de uma rama.
O ato de conferir as insígnias de uma dignidade: imposição do chapéu cardinalício.
Imposição das mãos, ação do padre, do pastor etc., que impõe as mãos sobre a cabeça de alguém para abençoar.
Imposição do nome, ato de pôr nome a alguém ou alguma coisa.

www.dicio.com.br

É impressionante galera… Estamos em 2013 e ainda continuo ouvindo por aí “a minha é mais legal do que a sua”, ou coisa parecida!!!… Tenham paciência, por favor!!! Com o imenso leque de equipamentos disponíveis no mercado nos últimos anos, acho que nossas preferências sobre essa ou aquela “grife” é uma questão, primeiro de eficiência, segundo de gosto pessoal… Fato!!!

Se todo o equipamento novo for, a partir do seu lançamento, a “única” opção do mercado, eu tenho que estudar de novo, rever minha carreira no stage e avaliar com muito cuidado o critério quanto aos resultados das minhas mixes…

Peço licença a todas as empresas sérias de áudio e parceiras sagradas de estrada para citar e questionar, com muito respeito, se  alguém aí colocaria em dúvida a eficiência do trabalho e do resultado final, por exemplo, se as incríveis e vitoriosas 2 X 15 da Gabisom (concebidas e amplamente utilizadas nos anos 80) estivessem disponíveis ainda hoje em qualquer palco???!!! Escrever mapas de mixagens em xerox dos módulos das PM4000 ou das Midas XL3 mudava os timbres das bandas de um Free Jazz ou um Blues Festival (esse último by Loudness)???…

A partir de um determinado nível, o “melhor” não é o equipamento… O “melhor” é o procedimento, saber utilizar as ferramentas disponíveis da maneira correta e precisa no stage!!!… Ainda acredito dentro do possível (e disponível), que a troca saudável de informações ainda é o caminho a ser seguido, pois com o livre acesso aos blogs, fóruns e liberdade (nem sempre usada com discernimento), determinados comentários são extremamente nocivos, para não dizer deselegantes (sem contar que esse tipo de informação errada pode contagiar de maneira irreversível a nova geração do áudio, e porque não dizer, alguns que já estão por aí há algum tempo)!!!

Um dia isso vai ser diferente… Mesmo!!! Que o CARA lá de cima nos ajude, ou se eu estiver muito equivocado nesse post, por favor me avisem que eu retiro ele do ar, ok???

Significado de Arbítrio/s.m.

Resolução, determinação dependente apenas da vontade.
Vontade, talante.
Juízo, sentença de árbitro.
Livre arbítrio, poder, faculdade de decidir, de escolher, de determinar, dependente apenas da vontade.

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Um brinde ao discernimento!!!

Abraços e até o próximo!!!

 

O “ABC” do pânico…

BeFunky_SlaydA – “Aqui no monitor tem…!” (o cara do monitor pro PA…)
B – “Bem que eu avisei…!” (em qualquer situação de pânico…)
C – “Camarim da técnica???” (da coitada que monta os camarins…)
D – “Deixa que eu arrumo…” (um cara que vc nunca viu no stage…)
E – “Eu juro que o “enterramento” está certo certo…” (hahahahaha…)
F – “Fui eu???” (geralmente do cara que fez a besteira…)
G – “Gerador, que gerador???” (o produtor local no dia do show…)
H – “Hahahaha… (quando vc pergunta sobre voltagem estabilizada)
I – “In-ears nunca falham”…
J – “Já fiz tudo o que podia, só não troquei as pilhas…” (o roadie…)
L – “Liga o DJ no Side enquanto vc faz o line check”… (socorro!!!)
M – “Meu in-ear está falando de um lado só…” (do seu artista entrando no palco…)
N – “No PA ta tudo certo…” (o cara do PA pro Monitor…)
O – “O sub ta uma coisa horrível…” (do roadie de bateria…)
P – “Prepare-se porque o ginásio é enorme!!! (vc pro teu artista…)
Q – “Quando lotar melhora a reverberação do ginásio…” (hahahaha…)
R – “Relaxa, é só uma chuvinha…” (o assistente do contratante…)
S – “Sumiu o baixo… (do cara do PA…)
T – “Tem um canal sobrando aí?” (sempre na hora do show entrar…)
U – “Ué???” (de qualquer um pra qualquer um no palco…)
V – “Virgem Maria, a roda gigante ta piscando!” (passando o bumbona exposição…)
X – “Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…” (de qualquer um pra qualquer um também…)
Z – “Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz…” (o cara da empresa de som…)

Portanto amigos, quando abrirmos a boca on stage, vamos sempre torcer pra que tudo de certo e pelo menos tentar tornar nossas palavras mais valiosas que o nosso silêncio, ok???!!!…rsrsrs.

Sua Majestade “o Roadie”…

Roadies???… Pra mim são técnicos, cada um no seu(s) devido(s) instrumento(s). Como sempre diz meu parceiro de muitos stages, o Wilson Gonçalves, “um bom roadie é o melhor plugin do mundo!!!”…

Tenta pelo menos uma vez na vida ter roadies ruins no stage… É a verdadeira treva!!! Já presenciei grandes catástrofes técnicas causadas por profissionais sem formação. O resultado final do meu som (e a excelência exigida em qualquer mix on stage) sempre dependeu diretamente da qualidade daquele cara que abre o case, limpa, monta microfona e toca… O primeiro que ouve, o que afina, o que sabe exatamente o que seu artista quer ouvir. Quando um roadie do primeiro time me pede algo na mix, primeiro eu faço, depois vou saber porque… Simples assim!!!

Graças ao CARA lá de cima, sempre tive a sorte de trabalhar com técnicos de instrumentos extremamente competentes e dedicados. O microfone é o primeiro que ouve, principalmente uma bateria desafinada e com peles velhas… Hahahaha.

É engraçado como o tempo passa, e são sempre as mesmas figuras nos dando o suporte mais “pro” possível nas tours… Mudam apenas os stages, cidades & bandas, mas eles sempre estão lá, o que não deixa de ser um alívio absoluto.

O detalhe que mais me alegra nisso tudo, é que todos os “da diretoria” progrediram muito com a estrada… Pilotam consoles, Pro Tools, conhecem o resultado e especificações de cada monitor, de cada in-ear, de cada microfone e, na maioria dos casos, apuraram a audição e se tornaram um braço muito confiável das nossas concepções de mix on stage.

Portanto, prestem muita atenção no time de roadies da sua gig pra não reclamar da vida depois… Principalmente na era digital, onde a passagem de som sem os artistas é regra e o tempo que ganhamos com as novas tecnologias foi ocupado por logísticas nem sempre amigáveis, quero fazer um grande e sincero brinde ao comprometimento desses profissionais!!!

Enfim, sem me alongar muito no assunto, tanto quanto aos nossos bravos técnicos de empresas, quero deixar aqui meu agradecimento explícito aos Léos, Chinas, Alexes, Viças, Colonos, Zés, Alemães, Pinhas, Rogérios, Sombras, Irans (entre tantos outros não citados diretamente, pois seria preciso mais um post pra isso) por tornarem nossa vida no palco muito mais eficiente do que poderíamos imaginar um dia!!!

Thanks a lot!!!

Até o próximo!!!

Todas as nossas orações Santa Maria!!!

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Tudo o que eu consegui postar nesse momento… Logo mais os temas voltam ao normal…

Já passou (muito tempo) da hora em que a fiscalização de segurança e punição aos (ir)responsáveis nesse país sejam sérias…

Nós todos que trabalhamos no show bizz lamentamos muito o que aconteceu na querida cidade de Santa Maria/RS, mas não é a primeira nem a última vez que seremos obrigados a testemunhar essas absurdas “tragédias anunciadas” acontecerem por aí…

A ineficiência absoluta na prevenção e nos procedimentos corretos de evacuação na hora do pânico instalado é explícita e proporcional ao furor arrecadatório abusivo, muito praticado por aqui (sem gerenalizar, é claro, pois não podemos colocar no mesmo saco, a grande lista de eventos e/ou espaços extremamente bem planejados e cuidados em todos os detalhes)!!!…

Precisamos definitivamente acabar com riscos e aventuras “on stage”… Nossas vidas, filhos, mulheres, amigos, artistas e público valem muito mais do que qualquer conta corrente!!!… Simples assim!!!

Que o CARA lá de cima ilumine e traga serenidade aos espíritos das vítimas e seus familiares, já que não podemos contar com o discernimento e o respeito dos (ir)responsáveis por “roteiros” com esse final trágico!!!…

The show must go on!!!…

Todas as nossas orações estão com vcs Santa Maria!!!

Amém!!!…

Até o próximo galera!!!…

Pequena “Oração do Stage”…

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Senhor…

Rogamos para que em 2013;

A concepção e a essência se destaquem nos stages;

As pessoas falem menos na primeira pessoa do singular;

Os talentos sejam mais valiosos do que os egos;

A informação supere o “achismo”;

A humildade seja uma constante na troca de conhecimentos;

As logísticas nos ajudem mais do que andam atrapalhando;

O fazer bem feito seja o foco principal de todos nós;

A paranoia de não errar ainda nos domine na hora do show;

Nossos bravos fiéis escudeiros das empresas de som durmam cada vez mais em
camas quentes e confortáveis, deixando cases e similares apenas para o que foram fabricados;

Nossa Senhora do Alinhamento abençoe todos os sistemas que ainda não encontraram o seu caminho;

A “geração USB” acorde do sonho lindo, saia do Mundo Paralelo do Áudio e saiba o que é  (e para o que serve) um bom microfone;

O Pro Tools seja apenas uma espetacular e indispensável “ferramenta”;

O fantasma da energia elétrica deficiente pare de nos atormentar, para que nunca mais um dono de gerador saia correndo atrás de mim com um caibro enorme quando eu pedir o meu “com abacaxi e gelo”;

As estradas desse país sejam mais bem cuidadas;

A Música impere;

A amizade no show bizz seja a cada dia que passa mais valorizada;

As coisas que nos fazem amar de paixão o áudio, permaneçam;

Ninguém que leve a sério o que faz fique sem trabalho;

As agendas sejam muito generosas com nossas amadas bandas, para a felicidade geral da “graxa”;

E pra finalizar…

Que todos, e absolutamente todos os parceiros do stage sejam abençoados;

E que definitivamente os shows comecem um pouco mais cedo!!!

Amém!!!

E lá se vai mais um ano…

 

E esse passou voando galera, não foi mesmo??? Mais um ano de muitas mixes, shows, formadores de opinião (e não formadores também) metralhando as mídias com milhares de letrinhas relacionadas ao mundo insano e divertido do áudio… Um ano de novos plug-ins, novas mesas, novos phones, novos monitores, mesas, projetos, feiras, workshops (e “workchopps” também, é claro) pra colocar mais lenha nas fogueiras, sejam elas quais forem.

Muita gente diz que esse ano de 2012 foi estranho e imprevisível. Pode até não ter sido como os grandes anos do show bizz, por exemplo, porém quanto mais do nosso tempo dedicamos a paranoia de “fazer direito”, menos pensamos no que “poderia ter sido”, concordam???!!!… Por aqui, mais um ano de muito suor na Tour Elektra do RPM… Muitos shows bons, uma equipe unida, dedicada, competente, e uma ótima perspectiva pra 2013, com muitas novidades a caminho.

Paralelamente aos pessimistas, muitos membros da “diretoria” acabarão 2012 felizes com seus resultados e focados no acelerador para o ano que se aproxima com novas cenas, novas idéias, até novas gigs… É assim que funciona, sempre foi!!!…

Thanks de verdade aos parceiros de stage, aos brothers malucos do áudio, empresas, aos que torceram a favor, aos que não torceram, aos que ao menos tentaram!!!…
Um agradecimento especial a Backstage, pelo carinho, respeito e confiança, ao abrir esse espaço tão amplo quanto comprometido, para que durante todo o ano a nossa conversa de todos os meses fosse clara e aberta… Que venha mais um aninho de muitos posts!!!

Como eu sempre digo (numa colagem de vários pensamentos, garimpados durante as madrugadas de net, portanto sem os devidos créditos aos autores) :

“Metade dos nossos erros na vida nascem do fato de sentirmos quando devíamos pensar e pensarmos quando devíamos sentir… O que não se pode esquecer é que o único modo de evitar esses erros é adquirindo experiência; mas a única maneira de adquirir experiência é cometendo alguns ou vários deles… Por outro lado, se o criador teve algo em mente quando nos deu um pescoço, certamente foi a intenção de que nós o arrisquemos por uma causa nobre… Conclusão: vale o risco pela nobreza do aprendizado!!!…”.

Em 2013, vamos colocar o “coração” nos nossos Riders Técnicos e fazer essa coisa do áudio acontecer pra valer!!!…

Um grande e carinhoso abraço galera!!!

(Photo by Sandra Carrillo)