O “Moshinho” da Pompéia… “Moshinho”???… Jamais…

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Bom… Pra começar, que tal trabalhar com gravador MCI JH-110 8 canais, mesa Sound City de 20 canais, ou com a Soundcraft 2400 24 x 16 (nossa queridinha)… Monitores com componentes JBL, dois mics Neumann U-87, alguns mics Sennheiser MD 421, Shure SM 81, um rack com Harmonizer H910, Eco Roland 201, AKG BX-20, Urei LA-4, Orban De-Esser, Reverb Tapco 2200, etc???… E com brinquedinhos mais “novos”, tipo Lexicon 224XL, Lynn Drums, máquina Lyrec???… Não passou por isso??? Uma pena…Você não imagina a parte divertida e ainda romântica do mundo do áudio que perdeu!!!… Hehehehehe…

Parece que foi ontem o primeiro show dos Pholhas que eu vi “live”, lá no final dos anos 70, na Associação Atlética Caçapavense… Naquela época era uma coisa muito diferenciada no palco… Todas as bandas de baile e shows que eu via não conseguiam metade daquele resultado… A impressão é que eu estava de frente com uma banda gringa no Sábado Som, do Nelsinho Motta nas tardes da Globo… Já era um sinal da competência que um cara chamado Oswaldo Malagutti Jr. já nos mostrava… Sem esquecer, é claro, dos outros malucos Helinho Santisteban nos teclados, Paulo Fernandes (bateria) e Wagner “Bitão” Benatti nas guitarras.

Uma boa parte da engenharia agradece muito até hoje a feliz idéia do Helio e do Oswaldo, de migrar do “live” pro estúdio com a mesma competência… Assim que eu saí do Vice-Versa, pintou um convite pra gravar no Mosh da Pompéia, explícita e carinhosamente chamado até hoje por nós de “Moshinho”… O Ricardo Franja era o cara que comandava o aviãozinho na época, e fui recebido com muito carinho na equipe pelo Oswaldo… (da qual já fazia parte, entre outros, um moleque “pentelho” como assistente de estúdio que queria saber de tudo 24 hs por dia, chamado Luis Paulo Serafim) !!!… Ta bom, ou quer mais???

Foi um grande prazer (e mais ainda um grande aprendizado) ter participado da galeria de técnicos do Mosh naquela época (sem esquecer de citar o figurinha carimbada “Primo”, o Ruizinho)… Centenas de horas na companhia de caras como Eduardo Assad, Serginho Sá, uma infinidade de músicos do primeiro time, grandes artistas e discos inesquecíveis… Bate uma saudade pesada do desafio e da responsabilidade em gravar (em 24 canais), gente que tocava e cantava de verdade, sem termos o medo de “meter a mão” com o comprometimento e a paranóia saudável de não errar!!!…

Ah… mas vc já mixou com Yamaha NS-10 primeira geração (a do guardanapo de papel no drive, mas sem utilizar esse artifício mundialmente famoso), alimentada por um amplificador “caseiro” com o botão do loudness ligado, não é???… Também não???… Bom deixa pra lá… Eu já, o Franja, o Luiz Paulo… Segredos do ofício na casa da Pompéia na época!!!…

Um estúdio que começou com essa “essência” só poderia ter escrito uma história vitoriosa e se transformado no que é hoje em dia… É claro, a dedicação do Malagutti também foi um ingrediente muito especial nessa receita de sucessos!!!… É mais ou menos como a Fórmula 1 esse papo… Todo mundo adora a tecnologia de telemetria, toda a parafernália disponível hoje em dia, mas a saudade dos tempos de trocar marchas na mão e ganhar o “jogo” na raça é imensa!!!… O Pro Tools e outras ferramentas fazem milagres, mas não editam a história (ou melhor, as histórias, que não foram poucas)!!!…

Thanks Oswaldo… Por ter me acolhido na equipe naquela época e, principalmente, pelo comprometimento em fazer direito todos esses anos!!!

Abraços e até o próximo!!!

2 ideias sobre “O “Moshinho” da Pompéia… “Moshinho”???… Jamais…

  1. Adair querido, pegue essa fita K7 e leve ao Mosh ou mesmo me traga (tenho K7 funcionando, o Mosh também) para digitalizá-la. Tenho certeza que toca, a não ser que você a tenha guardado perto de ímãs, aí já era. Falo sério, se quiser me procure, preciso fazer isso com um monte de fitas minhas e já faço a tua também!
    Abração.
    PS- Farat, também tenho o K7 daquela trilha do Nico com o Clóvis…!!!

  2. Opa Farat. Parabéns pelos dois anos blogando, fiquei emocionado lendo esse post, e para mim, uma frase importante se destacou: “Thanks Oswaldo… principalmente, pelo comprometimento em fazer direito todos esses anos”. Acho que isso em poucas palavras resume todo o trabalho, a realização, a contribuição e os valores do Oswaldo e dos times que ele liderou e ainda lidera.

    Abração.

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