No início dos anos 80 eu ainda não havia sentido o gostinho da estrada, pois concentrava todo o meu trabalho no estúdio (Vice-Versa). Éramos em três técnicos para dar conta dos dois estúdios e de todas as produções do “Vice” : eu, o Hamilton “Mica” Griecco e o Vitor Corrêa. O máximo contato que tinha com o operacional do show business era “grudar” no Vitor quando rolavam eventos em São Paulo.
Naquele ano o Milton sairia na sua primeira grande tour mundial, com o Ivo Barreto e o Vitor na equipe; pronto… estava feita a festa! O Vitor me jogou na roubada de substitui-lo na banda do Ritchie, no meio daquela confusão (no bom sentido) toda que era o estouro da tour e do disco “Voo de Coração”!!! Depois do primeiro final de semana com a banda na estrada nunca mais consegui me afastar do stage! A banda era formada pelo Nico Rezende (teclados), Fred Maciel (bateria), Chico Sá (sax), Nilo Romero (baixo), Torcuato Mariano (guitarra) e pelas vocalistas Soninha Bonfá e Marisa Fossa. Nunca fiz tanto show na minha vida! A loucura que era o público do Richie naquela tour só foi igualada na “Revoluções” do RPM.
O operacional do monitor era algo: uma mix pro Richie, uma para a bateria, outra para o resto da banda e um side mono…rs!!! Lembro-me com todas as cores daquele final de semana em Minas como sendo o início de toda a loucura “on stage” pra mim. Até hoje considero (e vou considerar por muito tempo) o Richie um dos caras mais profissionais com quem trabalhei na estrada. Super músico, canta muito, procurava levar sempre o show com abanda pra estrada (nunca entrou na onda de fazer playback), e coisas do gênero.
Espero sempre ter honrado tua confiança lá no começo Sir Richard Court!!!.. Thanks a lot!!!
Aliás, bons tempos de uma época abençoada de bandas e casa incríveis… Tava todo mundo junto na estrada: Lulu, Barão, Metrô, Lobão e os Ronaldos, Brilho da Cidade e muitos outros, pra tocar em casas como Radar Tantã, Raio Laser, etc… Saudades Master!!!…
Até o próximo!!!
Menina Veneno, Vôo de coração entre outras músicas do Ritchie marcaram minha adolescência… saudades do que é musica de verdade. Hoje são artistas relâmpagos… e os bons continuam, tal qual o Ritchie.